Os motivos que nos uniram, a todos, naquele dia, foram alguns direitos básicos que nos estavam a ser negados, como o facto de as aulas serem como os professores as querem, sem considerar as capacidades de cada aluno, dando matéria que é supostamente engolida pelos alunos, para depois ser vomitada durante os testes. Se pensarem bem, o ensino público é "gratuito". Se assim é, então, porque é que alunos têm de gastar aproximadamente 300 Euros em manuais escolares e outros materiais de que possam vir a precisar? Não percebo!
Certas escolas planeiam instalar câmaras de vigilância nos pátios, no entanto recusam-se, por motivos de privacidade, a colocar câmaras em sítios onde realmente fazem falta, nas zonas mais isoladas das escolas. Por outro lado, percebo bem a ideia de se instalarem câmaras nos pátios: "É porque se matares alguém no meio do pátio da escola, não terás testemunhas do sucedido, é para isso que elas vão la estar." by Diogo ou Mocado (não me lembro bem quem me disse isto, peço desculpa).
Falando da MANIF propriamente dita. Eu estive lá e é impossível explicar-vos exactamente como sabia bem estar ali no meio dos meus colegas, a defender algo em que todos nós acreditávamos. Saímos do Liceu Camões por volta das 10h10. Só da nossa escola, deveríamos ser 40/50 estudantes, e eu tinha ouvido falar em 5 camionetas cheias vindas de Setúbal. Ao entrarmos no Saldanha, percebi verdadeiramente a dimensão deste movimento. Na avenida da república, encontrava-se um grupo que fazia 3x o nosso. Incrível! Após unirmos os dois grupos, a multidão estava pronta para nos dirigirmos ao Ministério da Educação. Descemos a Av. da República, virámos à esquerda na Av. Miguel Bombarda e virámos à direita para a Av. 5 de Outubro. Uma vez à porta do Ministério, encenámos o que se sente em muitas escolas, alunos que pretendem dar a sua opinião, mas devido à opressão dos professores, não o podem fazer.